A raiva é uma doença letal em quase 100% dos casos.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que mata em praticamente 100% dos casos. Ela só afeta mamíferos, inclusive o homem, e a transmissão acontece pelo contato com o vírus que está contido na saliva do animal infectado, quando ele morde, lambe ou arranha uma pessoa ou outro animal. Saiba mais!
Se os cuidados preventivos não forem tomados o mais cedo possível, o vírus afeta o sistema nervoso central e provoca a inflamação do cérebro e de outros órgãos.
Para isso, não há tratamento. Neste caso, em geral, a pessoa infectada morre entre dois e sete dias após o início dos sintomas.
Os números deixam claro: não dá para relaxar quando o assunto é a raiva.
Segundo o Ministério da Saúde, de 2010 a outubro de 2022 foram registrados 45 casos de raiva humana no Brasil, cinco deles entre janeiro e outubro de 2022.
E como as pessoas pegaram raiva? Nove foram atacadas por um cão; 24, por morcegos; quatro, por primatas não humanos (como micos e macacos); dois, por raposas; cinco, por felinos (gatos e outros). Em um dos casos não foi possível identificar o animal agressor.
Graças às campanhas anuais de vacinação de gatos e cachorros, esses animais deixaram de ser os maiores transmissores da doença no país. Hoje, a maior parte dos casos se deve a transmissão por morcegos ou outros animais silvestres, como cachorros do mato.
O vírus da raiva é transmitido no momento em que a saliva de um animal infectado entra em contato com a pele lesionada ou com a mucosa de um indivíduo. No Brasil, a cadeia de transmissão do vírus apresenta-se em quatro ciclos: urbano, rural, silvestre aéreo e silvestre terrestre, que se entrelaçam.
Na maioria dos casos, a transmissão acontece quando uma pessoa sofre mordedura, arranhadura ou lambedura por um animal infectado.
A raiva é transmitida apenas por mamíferos, porém, nem todos os mamíferos transmitem raiva. Há quatro ciclos de transmissão:
A raiva é a principal doença neurológica em bovinos, o que causa graves prejuízos à economia.
* ATENÇÃO: A transmissão NÃO ocorre por objetos ou alimentos. O vírus não sobrevive no meio ambiente, morrendo rapidamente quando exposto à luz solar ou quando seca a saliva contaminada.
Coelhos, roedores pequenos (esquilos, ratos, porquinhos-da-Índia e hamsters), lagartos, peixes e pássaros.
Vacine anualmente seus animais contra a raiva, inclusive os rurais
Se você é profissional de risco para acidentes relacionados à transmissão da raiva, informe-se sobre as situações de recomendação de VACINAÇÃO PRÉ-EXPOSIÇÃO
Evite se aproximar ou tocar em animais desconhecidos (selvagens ou domésticos). A atenção deve ser redobrada quando o animal estiver se alimentando, dormindo ou acompanhado de filhotes
Diante de um animal com possíveis sintomas de raiva, chame o serviço de controle de zoonoses mais próximo
Se encontrar um morcego ferido ou morto, não toque no animal, use luvas ou outra maneira de não tocá-lo diretamente
Saiba reconhecer OS ACIDENTES DE RISCO e procure rapidamente orientação profissional para saber sobre os cuidados específicos para cada uma das situações
Lavar imediatamente o ferimento com água corrente abundante e sabão, ou outro detergente. Isso diminui, comprovadamente, o risco de infecção, por eliminar grande quantidade de partículas virais no local da lambedura, mordedura ou arranhadura.
Procurar o serviço de saúde mais próximo, para avaliar e definir a conduta a ser adotada.
Quando possível, o animal agressor deve ficar em observação por dez dias, para que possa ser identificado qualquer sinal suspeito de raiva.
No período, deve ficar em lugar seguro, ou seja, do qual não possa fugir ou atacar outras pessoas; e receber água e alimentação.
Se um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que não tenha agredido ninguém, também é importante procurar o serviço de saúde.
Caso o animal adoeça, mude de comportamento, fuja ou morra, o indivíduo atacado por ele deve voltar imediatamente ao serviço de saúde.
A depender do animal, da possibilidade de mantê-lo em observação por dez dias, da localização, da extensão e da profundidade da mordedura, arranhadura ou lambedura ou do tipo de contato com a saliva do animal, a conduta preventiva para a raiva humana muda.
As diferentes condutas são estabelecidas pelo Ministério da Saúde e cabe ao profissional de saúde avaliar a que se enquadra em cada caso. Cabe a ele avaliar se há ou não a necessidade de vacina e/ou soro antirrábico.
Em geral, a sutura do ferimento não é recomendada, mas, após avaliação médica, pode ser indicada.
#ficaadica: procure um serviço de saúde, não a vacina.
A vacinação e, quando necessária, a aplicação de imunoglobulina ou soro antirrábico, além de outros cuidados, podem prevenir a doença. Mas, infelizmente, por falta dessa informação, mesmo sendo uma doença prevenível a raiva mata, a cada ano, no mundo, 70 mil pessoas.
A vacina, o soro e a imunoglobulina são produzidos de formas diferentes.